Quarenta dias após o Natal, a Igreja celebra a festa da Apresentação de Jesus no Templo. Essa festa surgiu no século IV, no Oriente, sendo chamada de “festa do Encontro”. Foi introduzida no Ocidente no século VI, e no século X passou a ser uma festa mariana, com o título de “festa da Purificação da Bem-aventurada Virgem Maria”. A reforma litúrgica do Vaticano II restituiu seu sentido cristológico, dando-lhe o nome atual de “festa da Apresentação do Senhor”. No Oriente, ainda hoje é intitulada “festa do Encontro” e é celebrada 40 dias após a Epifania, em 14 de fevereiro.
Essa festa é muito significativa, e sua liturgia da Palavra possui uma riqueza ímpar. Na primeira leitura, o profeta Malaquias anuncia a vinda do Senhor ao Templo para purificar seu povo, começando pelos responsáveis pelo culto. O evangelho mostra a realização do anúncio profético: de fato, o Senhor veio, foi introduzido no Templo, mas não conforme às expectativas, pois sua introdução foi simples e discreta, só sendo reconhecido por pessoas perseverantes e dóceis ao Espírito Santo, como Simeão e Ana. A segunda leitura confirma a surpresa do evangelho: o Messias enviado, constituído sumo sacerdote, não é um ser extraordinário, mas um de nós: Deus quis que ele se fizesse em tudo semelhante a nós, exceto no pecado, para, experimentando nossas dores, aplicar sua infinita misericórdia.